Conheça a história de Mário Dentista, um construtor de Nova Xavantina como ela é

VIDA NA CIDADE

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Da Redação – Ezio Garcia

Mário Monteiro chegou à Nova Xavantina em 14 de abril de 1978, há 40 anos, vindo de Santa Catarina, primeiramente para Barra do Garças, e depois pará cá, onde, lhe haviam dito, “estava desenvolvendo bastante”.

Gaúcho de Severiano de Almeida-RS, às 14 horas do dia 14 de setembro ele chegou, e gostou: “eu vi que aqui era um lugar bom, e o povo estava precisando muito de um dentista, tinham que ir para Barra, então eu voltei para Santa Catarina e em trinta dias me mudei definitivamente” conta.

PIONEIRO

O segundo dentista à chegar na cidade – o primeiro foi o Sr. Bento, cujo filho Silas,também exerce a profissão- Mário dentista como é conhecido, investiu em odontologia, cresceu e se desenvolveu, hoje possuindo uma clínica, a Odontomário, com uma equipe de especialistas em implantes, ortodontia e demais serviços odontológicos.

“E vamos montar equipamentos para ninguém precisar sair de Nova Xavantina para fazer tomografia, radiografia panorâmica e outros procedimentos. Vai ter tudo aqui” promete.

SEM CONCORRÊNCIA

Sendo um dos pioneiros do setor, Mário afirma que nunca teve medo da concorrência, pelo contrário, trouxe e deu apoio para grandes profissionais que atuam na cidade.

“Oitenta por cento dos dentistas que estão em NX,  fui eu quem trouxe. Hoje temos clínicas bem sofisticadas, de pessoas que eu considero como filhos, e fico satisfeito com o crescimento deles. Não os vejo como concorrentes, eu quero ajudar a cidade, ver eles servindo o povo. Não existe concorrência. Cada um faz o seu trabalho, se eu faço bem meu trabalho,  o cliente vai voltar, então tem lugar para todo mundo. Tenho os meus clientes graças a Deus. Se aumentar, melhor, mas se ficar no que está, já está bom demais” diz ele.

JOSÉ FREDERICO FFERNANDES

Em junho de 1.982, na época das convenções para a primeira eleição direta no País após da ditadura militar, Mário, militante do então MDB -que depois virou PMDB e agora voltou a ser MDB- foi a figura central de um episódio que faz parte da história politica de Nova Xavantina.

Era a convenção do MDB, o partido de oposição ao regime, então representado pelo PDS, e naquela eleição, cada partido podia apresentar três candidatos à prefeito por sigla. No MDB, o fortíssimo e revolucionário pré candidato José Frederico Fernandes -mineiro recém chegado na cidade, dono da Fazenda Touro Branco, o que lhe valeu a alcunha de “Frederico Touro Branco”- disputava a eleição junto com os companheiros José Prudêncio Alves e Arnálio Modesto.

“ARMAÇÃO”

Na convenção, porém, uma “armação” interna do MDB o deixaria fora da disputa não fosse o voto do suplente do diretório, Mário Monteiro. Na dia da reunião, inventaram uma viagem para um convencional que votaria em Frederico, de modo a não chegar à tempo para votar, e na hora H faltou um voto para legitimar o seu nome para a disputa.

“Eu estava numa chácara, e o meu compadre Saroba (in memorian) foi me buscar urgente, apavorado,  porque só o meu voto poderia salvar a situação. Eu cheguei em cima da hora e votei, e garanti a vaga”. O episódio pegou de surpresa o candidato, que não esperava a estratégia.

O dia seguinte amanheceu com o seu grupo assustado com o perigo que a candidatura passou. “Quase que que ele não foi candidato, e não teria sido prefeito por dois mandatos e deputado estadual por Nova Xavantina” relembra.

Foi o primeiro grande embate de sua tumultuada trajetória política, que teve a participação decisiva do correligionário Mário Dentista na resolução do problema.

CONSTRUÇÃO

Outra característica de Mário Dentista é a sua queda por construção, que também fez história no município. É dele as primeiras construções de qualidade, como os sobrados, e casas de moradia, que ele construiu muitas em Nova Xavantina e Querência.

Os primeiros sobrados da cidade foram construídos por ele, o primeiro, na Av. Couto Magalhães, na esquina com a Rua Tapajós, e o segundo, na Av. Paraná, hoje de propriedade do ex-prefeito Robison Pazeto. Suas construções são tão bem feitas e de qualidade que permanecem originais até hoje, sem que os novos proprietários alterem sua planta e sua concepção.

Considerando que muitas delas foram feitas nos anos 80 e 90 do século passado, com as dificuldades da época, se terá uma ideia da dedicação, do empenho e da qualidade do trabalho executado.

NOSSA GENTE, NOSSAS HISTÓRIAS

E ele não para. Novas construções virão por aí. “Eu faço o desenho, sei o que eu quero e como eu quero. Aí passo para um engenheiro fazer a planta oficial da construção, dentro da minha ideia. Sempre gostei de construir e vou continuar construindo” explicou.

Pai dos filhos Saturnino e Tereza (in memorian), frutos do casamento com Dona Zenilde, Mário Monteiro foi o entrevistado da última sexta feira, 20, do programa Rezende Notícias, dentro do quadro, “Nossa gente, nossas histórias”. É, sem dúvida nenhuma, um pioneiro moderno de Nova Xavantina, junto com tantos outros.

Nesta próxima sexta feira, tem mais. Acompanhe.

 

 

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