Da Redação – Ezio Garcia
As águas normalmente límpidas e cristalinas do Córrego do Antártico, principal afluente do Rio das Mortes no perímetro urbano de Nova Xavantina, desceram sujas e alteradas neste sábado, 01, conforme mostram fotos e vídeos feitos por moradores.
“Tem alguém mexendo nesse córrego lá em cima” disse um morador na filmagem. Fotos e vídeos foram postados nas redes sociais, causando espanto entre os internautas.
Esta semana a comunidade descobriu que existe um grupo de mineradores de diamantes com duas licenças ambientais -prévia e de instalação- expedidas pela SEMA -Secretaria de Estado de Meio Ambiente, para operarem no Córrego.
MADEIRA ILEGAL
O fato veio à tona com a descoberta pela polícia civil de Nova Xavantina de madeira ilegal extraída possivelmente de reservas indígenas, e que estavam na propriedade que dá apoio ao concessionário das licenças, Sr. José Francisco Pires.
Segundo ele, as madeiras teriam sido doadas por terceiros, sem seu conhecimento sobre a origem das mesmas, e seriam usadas na construção do assoalho da balsa que vai suportar uma draga e um gerador de oxigênio para mergulhadores.
O trecho “liberado” para as pesquisas, conforme o concessionário, é de 30 km dentro de Antártico -da Fazenda Boa Esperança até a cachoeira da Fazenda Ouro e Prata-, segundo ele, para pesquisa, que vai durar quatro anos.
Quatro anos de pesquisa?
SEMA
Na reunião pública de sensibilização e defesa das áreas úmidas realizada pelo Ministério Público Estadual e local no complexo balneário da praia do sol na última sexta feira, 31, o vereador coordenador do projeto ambiental Rio Limpo Rio Lindo, que trabalha na preservação da bacia do Rio das Mortes, Valteri Araújo, cobrou do Secretário de Estado do Meio Ambiente (SEMA), André Babi, a concessão dessas licenças para grupos desconhecidos, para atividades que sabidamente vão agredir a natureza, e acabar com os estoques de água nos lençóis freáticos da bacia.
RESISTÊNCIA
Por outro lado, a população também se mobiliza contra a instalação de garimpo ou de mineração no Córrego do Antártico. Além de um abaixo assinado que percorreu a cidade, um grupo de whtsapp foi aberto nesta segunda feira, 03 – “S.O.S. Antártico – que já conta com mais de uma centena de participantes.
Na reunião desta segunda feira na Câmara Municipal, grupos de whtasapp estão se organizando para comparecer em massa, em protesto contra a ação das mineradoras.